sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O Papalagui nunca tem tempo


Após ter vivido durante algum tempo na aldeia de Tiavéa da Polinésia e ter convivido de perto com o chefe da tribo mais importante, de nome Tuiavii, Erich Scheurmann escreveu “Papalagui” onde deu a conhecer as notas tiradas por Tuiavii sobre os brancos e os seus costumes quando este visitou alguns países europeus.
Papalagui, é o nome dado por Tuiavii aos homens brancos da Europa que visitou.
Como é um dos meus livros preferidos e por mais que o leia encontro sempre novas reflexões, aqui vos deixo o que Tuiavii escreveu sobre o "tempo" (o nosso):
"O Papalagui nunca tem tempo... Ao ouvir o barulho da máquina do tempo, queixa-se o Papalagui assim: "Que pesado fardo; mais uma hora que se passou!". E, ao dizê-lo, mostra geralmente um ar triste, como alguém condenado a uma grande tragédia. (…) Como nunca fui capaz de entender isto, julgo que se trata de uma doença grave. " O tempo escapa-se-me por entre os dedos" (…) "Dá-me um pouco mais de tempo!" - tais são os queixumes do homem branco. (…) Suponhamos, com efeito, que um branco tem vontade de fazer qualquer coisa e que o seu coração arde em desejo por isso: que, por exemplo, lhe apetece ir deitar-se ao sol, ou andar de canoa no rio, ou ir ver a sua bem-amada. Que faz ele então? Na maior parte das vezes estraga o prazer com esta ideia fixa: "não tenho tempo para ser feliz". (...) Acusa mil e uma coisas de lhe tomarem o tempo e, de mau grado e resmugando, debruça-se sobre o trabalho que não tem vontade nenhuma de fazer, que não lhe dá qualquer prazer e que ninhguém, a não ser ele próprio, obriga a fazer. Quando de repente se dá conta de que tem tempo, que tem realmente todo o tempo à sua frente, ou quando alguém lhe dá tempo - os Papalaguis dão frequentemente tempo uns aos outros, é mesmo a acção que mais apreciam -, nessa altura, ou já não têm vontade, ou já se cansou desse trabalho sem alegria. E geralmente deixa para o dia seguinte o que podia fazer no próprio dia."
Assim somos nós, os Papalaguis...

27 comentários:

Branca disse...

Querida Albertina,

Não sabe com que alegria encontrei aqui esta referência a um dos meus livros preferidos. Até nisso somos parecidas! Menos no dar-me ao trabalho de copiar para aqui um excertozinho, embora já me tivesse passado pela cabeça. Ainda bem que o fez! Recomendo a toda a gente que compre o "Papalagui" para conhecer o resto do livro e sentir-se ridículo na descrição interessante e muito verdadeira que tuiavii faz de nós homens civilizados, inclusivamente das roupas que usamos, das "arcas de pedra" em que vivemos, como ele diz, da forma como ganhamos dinheiro, etc, etc, sem com isso chegarmos à verdadeira felicidade... Algumas descrições são mesmo extremamente divertidas pelo "ridículo" em que vivemos e que nos passa tão despercebido! Se lêssemos com frequência o Papalagui daríamos mais valor à vida, à sua simplicidade.
E sabe Albertina quem me ofereceu esse livrinho há uns anitos? Foi aquele meu amigo franciscano que esteve na sua terra e cujas fotos acompanham o poema da sua mãe.
Coincidências!
Traga-nos mais coisas bonitas.
Beijinhos

paula machado disse...

olá Albertina

gostei do seu comentário, que é muito realista

beijinhos do tamanho do Mundo

Anónimo disse...

embora não pareça, há presentemente no interior deste país, gente com o espirito e de algum modo com a filosofia de vida das gentes de Tiavéa e Tuiavii, se não, vejam aqui: http://opapalagui.blogspot.com/

cumprimentos do an_nónimo

Carecaloira disse...

Também gostei.

Beijinho grande
Marina

To e Li disse...

Albertina!!!
Ainda agora chegou e já tem música no blog?
Estou um tempo fora e é isto?
Depois dizem que a asae trabalha mal, bendita asae
Beijocas
Linda

Lisa disse...

Olá Albertina!

A menina anda muito aplicadinha!!!... Ele é musica... Ele é Livro de reclamações... agora este post lindo e que nos faz refletir sobre a nossa maneira de estar na vida.

Bom fim de semana e obrigada pela visita.

Beijinhos

Lisa

Beijinhos

Lisa

Anónimo disse...

Comecei por ler este livro por obrigação, porque tinha que o ler mas logo no capitulo 1º toda essa má vontade em o ler desapareceu. Para quem não sabe, Papalagui significa, o Branco, o Estrangeiro. O livro baseia-se nos discursos de um chefe de tribo: tiavéa de tuiavii. A simplicidade, ingenuidade do seu pensamento, faz com que qualquer pessoa pense de facto no que ele afirma. Tiavéa retrata o Homem Europeu, que para ele, nada tem de bom e de feliz. Tiavéa fala das inúmeras roupas com que o Homem Branco cobre a sua pele, das casas em que vive, de como os que possuem demasiado, ou seja, os ricos, nada partilham com os que pouco ou nada possuem, de como o Homem nunca tem tempo e faz de tudo uma profissão, do facto de que a máquina que o Homem inventou em nada se compara com as maravilhas que Deus criou. Tiavéa diz que o Homem quer ser Deus, que quer controlar a água, o fogo, a luz da lua e do sol. E que todas estas coisas fazem o Papalagui (o homem) triste, e Deus mais pobre.

É realmente um livro que nos leva a pensar se a nossa forma de viver será a mais correcta. Não deveríamos nós partilhar a nossa casa com quem não tem? Ou partilhar comida? Será que todas estas "coisas" que possuímos farão realmente falta? Não deveríamos todos nós ter os mesmos direitos? São nestas perguntas que Tiavéa nos faz pensar.

To e Li disse...

Olá!!!!!!!!!!!!!!!!!!

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

ahahahahahaahhaahahhahhahahahah

Teresa disse...

Que grande Papalagui eu sou, caramba.

Nunca tenho tempo para o que quer que seja. quando tenho, não o aproveito. E ainda me meto a dá-lo aos outros. Quanto ao tempo que os outros me dão... Caneco, aqui é que a Papalagui torce o rabo...

Adorei este excerto.
Não conhecia, nunca tinha, sequer, ouvido falar do livro. (Tia Branca, por falar em livro... cof... cof... cof... o meu livro do Salvador está na sua estante ainda, certo?! ahaha)

É um livro a adquirir, sem dúvida.

Hoje todas blogaram coisas profundas... :|

Coitadinha da minha alma que se despedaça, credo.

Deixo abracinhos, imensos, imensos!!

Hoje só blogo mais para final da noite... Não dá mesmo para perder a "Outra". hoje vai ser para lá uma desgraceira a não perder...

Fuiiiiiiiiiiiiiiii....

paula machado disse...

olá Albertina

só passo para lhe deixar um beijinho e desejar um bom domingo cheio de sol

beijinhos do tamanho do Mundo

Albertina disse...

Branca
Certamente trarei mais coisas bonitas... Afinal, gostamos das mesmas coisas...

Paula
Sempre bem vinda a esta casa, beijinhos de sol e luz

An_nonimo
Desculpe, mas não gosto de gente sem nome... Normalmente quem não tem nome, tem algo a esconder e eu gosto de transparências

Careca Loira
Também gosto muito da Marina

Linda
Que bom que desvendou o mistério dos corações e das letrinhas aqui ao lado! Não é loira... Beijinhos

Lisa
A menina também já nos deu bons motivos de reflexão...

Observador
Pois é, amigo, somos Papalaguis muito estranhos... Felizmente alguns de nós tentam ser um pouco diferentes...

Ovinho
Toca a pedir o livro emprestado à tia Branca. É de leitura obrigatória. Beijinhos

A todos quantos me visitaram e aos que não o fizeram (certamente por falta de oportunidade) desejos de um óptimo domingo!

Beijinhos

Albertina

Lisa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lisa disse...

Albertina, ainda sobre o seu Post... a questão do tempo é muito pertinente. No livro "The Secret", também aborda esse tema e fá-lo de uma forma interessante.
Aconselho vivamente a sua leitura. É um pouco repetitivo no início, mas ensina-nos muito sobre nós e sobre a nossa força interior.

Beijinhos

Fique bem

Lisa

Lisa disse...

Albertinaaaaaaaaa!!!

Estamos em sintonia!!!
A amiga a escrever no meu blog e eu a escrever no seu!!!

Quem removeu o coment�rio anterior, foi aqui a Je, mas � que s� ficou metade do texto...

Mais uma beijoca :*

Lisa

amigona avó e a neta princesa disse...

Vim conhecê-la, temos amigas comuns...tudo de bom...

Andre Moa disse...

Na casa da Albertina
" " " "
reina uma grande alegria
" " " "
Será por ser de Leiria
" " " " "
ou é da Mebocaína
" " " "

Música do fado de Coimbra dedicado a Leiria: "Dentro de ti, ó Leiria..." Conhece? Por certo que sim. Cantei-o muitas vezes, nos tempos em que tinha mais de rouxinol do que de André Moa. É uma forma de a saudar e de lhe elogiar a sua casa limpinha, arrumadinha, e muito bem recheada.
Abreijos deste Papalagui.
André Moa

Carecaloira disse...

Albertina,

venho a bufar do blog da Paula mas ainda passei para desejar boa noite.

Um beijo grande
Marina

PS: Também não gosto de gente anónima!!

Branca disse...

OLá Albertina,

Muito boa noite, muito divertidas que estão por aqui.
Pois é minha sobrinha, estou a ver que já são três os livros que tenho para te levar. O livro do Salvador, com dedicatória e que não popderá ficar na minha prateleira, chegou junto com o da Tia Elvira que já lá o tem há muito tempo, via correio. O teu ficou sempre guardadinho à espera que o teu pézinho melhorasse, entretanto foste para longe e agora é que tinhas tempo para o ler..., mas como já combinamos o nosso cafézinho acho que vai ser esta semana que vou conseguir finalmente levar-to. Por acaso não está na estante, está à tua espera numa gavetinha junto doutro livrinho para um menino pequerrucho e muito querido que também tem dedicatória para ele do autor e do ilustrador e grande pintor Moçambicano Roberto Chichorro.
Agora tenho que te levar mais um, mesmo antes da Albertina sugerir estava a ler-te aqui e a pensar que tinha que te levar o Papalagui.
Não tem nada a ver com livros de correntes, de modas, de ideias feitas, de auto convencimento, é pequenino, prático e objectivo.
Tenho a certeza que vais adorar.
Beijinhos.
Tia Branca

P.S. estou baralhada com a loucura total de tias todas juntas em que nos metemos hoje. Só o ovinho estrelado para nos pôr a cabeça à roda...mas que a miúda é uma lufada de ar fresco lá isso é verdade...

O Profeta disse...

Uma rosa breve
Uma hortênsia de alva cor
A terra molhada pelo sereno
Nos celeste paira um Açor

A madeira verde, a dança do fogo
O embalo do loureiro no vento, o alecrim
Um ribeiro de inquietas águas
Levam o perfume das mágoas em viagem sem fim


Convido-te a sentir a minha paleta de aromas


Mágico beijo

Teresa disse...

Tia albertina, está a ficar famosa!! Até o Profeta já descobriu o seu blog! eheheheh

Ai meninas, ontem foi a loucura naquele café!! Eu estou um bocadito ressacada... Acho que bebi cerveja a mais com a tia Linda... ui....

Tia Branca, empresta-me o seu Papalagui? YUPPIIIIIIIIIIII!!
não se esqueça de mim!!! Só não posso MESMO na Quinta-feira pq tenho avaliação do tratamento!!


Tia Albertina, traga-me caramelos da Espanha ou uma boneca que diga "Mamã"!! hihihiih (Ah pois é!! Sou pequenina, mas ainda apanhei o tempo em que os meus pais iam a Vigo e me traziam uma boneca que falava ou chorava!)

beijinhos ao clube das tias todas!!!!!!!!

PS - Oh carecaloira... a falar nas minhas costas!!!!!! Sei ir ao teu blog sim senhora!!!! Até fui eu quem o indicou à ASAE! :D
E, a bem, dizer, estive ontem lá enfiada quase duas horas... a ler tudinho... Li tudinho... E descubri que tu não podes pertencer ao clube das tias!!! ahahaha
Tu és como eu: tens de ser do clube das sobrinhas!! Ainda és mais nova do que eu!!! ahahahhaha
ai lá me vem um ataque de ciúmes :(

Beijosssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

:)))))))))))))))))))))))))

Teresa disse...

Meninas!! Agora que eu mesmo emborinha... deparo-me com um dote da Tia Linda no blog da Cozinha da Tita e do Taz!! ahahah
Dei gargalhada tal ao ver como ela se expande por esta blogosfera toda que ia ensurdecendo os cozinheiros!!
Vão lá ver vão!!

http://ttkitchen.blogspot.com/

Beijossssssssssssss :)

paula machado disse...

olá Albertina

só passei para lhe desejar uma boa semana

beijinhos do tamanho do Mundo

Carecaloira disse...

também passei para deixar uma beijoca

sobrinha Marina

(pelos vistos pertenço ás sobrinhas!!!)

To e Li disse...

Albertina !!!
Olhe só para isto, agora temos mais uma sobrinha, já não chegava aquele ovinho maluco e agora levamos com a careca-loira (cabeluda de terere).
Vá lá traga uns caramelitos de Espanha.
Beijinhos
Linda

Lisa disse...

Albertina!!!

E para mim?... vá lá, olhe que eu faço birra. Também quero caramelos.
Eles colam nos dentes, mas os meus até nem são postiços!!! Vá lá.

Beijinhos fofinhos

Lisa

Elvira Carvalho disse...

Vivemos todos escravisados por esse grande tirano que é o tempo.
Para um habitante de uma tribo da Polinésia, só podemos ser malucos mesmo.
Não conheço o livro.
Um abraço e obrigada pelas visitas

Albertina disse...

Bem, depois de tantas e tão queridas viitas, só me resta deixar aqui uns agadecimentos e uns beijinhos antes de passar a novo post...

Elvira
Mais uma a quem aconselho vivamente o livro. Somos realmente malucos...

Linda e Lisa
Pois é... sobrinhas. O meu próximo post vai ser sobre isso. Quanto aos caramelos... não pode ser por causa da celulite...

Careca
Sobrinha... Uf!

Paula
Beiinhos também

Ovinho
Depois falamos a sério!

Amigona Avó e Profeta
Voltem sempre... já devem ter reparado que é uma casa simples, sem fechaduras...

André
Claro que conheço o fado... e gosto!

E pronto! Acho que etão todas as visitas referidas...
Pelo menos as que escrevem, porque pelo nº de visitantes há muitas mais...
Voltem sempre, esta é a vossa Casa.

Beijinhos

Albertina