que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
6 comentários:
Lágrima de preta!
http://www.youtube.com/watch?v=XdTlyyxgvmQ
Beijinhos
Linda
António Gedeão, de seu nome verdadeiro Rómulo de Carvalho, foi um escritor enorme.
O texto que a Albertina aqui nos traz tem IVA (interesse de valor acrescentado) se ouvirmos a canção que salvo erro é interpretada pelo Manuel Freire.
Que lindo poema... não conhecia!
Obrigada por me mostrares!
Bjins
Adoro este poema e desde a minha juventude que aprendi a cantá-lo. (por isso decorei a letra)
Através da interpretação de Manuel Freire, este poema chegou mais longe! Era bom que mais interpretes portugueses usassem os poemas lindos que felizmente temos!
Beijinhos
Quanta sabedoria!!!
Obrigada por partilhares...
beijinhos de luz
Paula padinha
Sempre gostei imenso deste poema e da interpretação de Manuel Freire!
Tal como a Graça quase o decorei, são ícones da nossa juventude e de uma ligação forte a África, porque estes senhores passavam por lá, e traziam-nos na sua sensibilidade poética a vida e o coração dos nossos irmãos africanos.
Gostei de recordar.
Beijinhos.
Branca
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